Prs. Carlos e Suzi SIlva

Prs. Carlos e Suzi SIlva
Aliançados do Avivamento

quinta-feira, 30 de abril de 2009

AS ÚLTIMAS FLORES

Qual a última vez que você deu flores à sua esposa? Pensei em começar de outra forma por vários motivos. Odeio ser óbvio e esta pergunta tem sido lugar comum entre aqueles que falam de família nos meios evangélicos. Mais, a pergunta feita por um pastor pode dar a impressão de que ele está em dias com estes gestos românticos, coisa que, no meu caso, não é de todo verdade. Confesso que este segundo motivo foi o mais forte quando pensei em mudar o início do texto. Mas, também, foi o que mais me desafiou a escrever como exortação a mim mesmo. Acho que a última vez que dei flores à Diana nós ainda estávamos em João Dourado. Aqui flores estão pela hora da morte e a escassez de jardins para colhermos uma rosa dificulta a manutenção da prática. Depois tem aquela sensação de desperdício típica da índole masculina. Gastar dinheiro com flores é menos recomendável que investir um pouco mais e jantar com ela. Como esse “um pouco mais” é muito além das nossas possibilidades então fica adiado o jantar para ocasião oportuna. E assim vamos adiando o romantismo indefinidamente às expensas de relacionamentos pesados, rotineiros e sem vida.Milhares de relacionamentos têm chegado ao fim por alegada falta de amor. Pergunta-se pelo interesse do outro, o diálogo, a relação sexual, os passeios e um sem número de outros sintomas, como se a presença do amor garantisse tudo isto inesgotavelmente. Digo sintomas porque a impressão que tenho é de que a causa (ou causas) deve ser procurada não na falta de amor, mas no desleixo para com os cuidados que o amor requer. Quero fazer uma declaração que pode ser muito contestada. Para quem lê descuidadamente o célebre texto de 1 Coríntios 13 fica com a impressão de que o amor é uma fortaleza intransponível e inamovível. Em nome desta impressão oneramos o amor com todos os descuidos de uma vida sem romantismo. A lógica é: se o verdadeiro amor “tudo suporta” qualquer relacionamento que chega ao fim é porque não foi construído sobre ele. Apesar do vasto uso do texto paulino aplicado ao relacionamento homem-mulher, é bom que se diga que tal uso é completamente inadequado. Paulo fala do ágape como dinâmica capaz de suportar perseguições e intempéries por parte daqueles que são inseridos no Reino de Deus e não de um sentimento entre um homem e uma mulher. Façamos, portanto, a declaração prometida: Amor é coisa frágil, que se quebra com muita facilidade. O amor que une duas pessoas num pacto de convivência, autodoação e prazer mútuo é uma realidade carente de cuidados esmerados por parte dos envolvidos. Ele nasce de um jogo de sedução e gestos românticos e sobrevive somente pela retro-alimentação. Noutras palavras, o amor está umbilicalmente ligado aos seus genitores e tentar cortar esse vínculo é condená-lo ao desaparecimento. Por isso precisamos urgentemente resgatar e reinventar práticas românticas e sedutoras nos nossos relacionamentos envelhecidos pela rotina. Uma flor, um bom-bom, uma declaração de amor inusitada, um beijo no olho, um telefonema no meio da manhã só pra dizer “eu te amo” e por aí vai. Se por acaso bater aquela sensação de ridículo, resista e faça contra o que a sua natureza pede, afinal, ridícula é apostar tanto de sua vida num relacionamento e deixá-lo morrer por pura falta de romantismo. Portanto, não deixe criar bolor no seu relacionamento.
Autor: Pr. Afa Neto

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